Arqueologia Histórica – Fortificações da Ilha de Santa Catarina

Fotografia colorida onde se vê em primeiro plano o mar e parte de um barco demadeira posicionado no canto esquerdo do observador. Ao fundo vê-se formações rochosas e ruínas da antiga Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba. O dia está claro e não há nuvens no céu.

 

A bela vista da imagem nos apresenta as ruínas da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba, construída em 1742 para defender a Baía Sul da Vila de Nossa Senhora do Desterro contra possíveis ataques. A Fortaleza nos servirá como ponto de partida para abordarmos a história de Desterro e da ocupação portuguesa no litoral catarinense, evidenciando as contribuições das pesquisas arqueológicas para o tema.
O MArquE possui importante papel nos estudos das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina e adjacências. Na década de 1960 Oswaldo Rodrigues Cabral já se dedicava ao tema com uma abordagem histórica. A partir de 1989, pesquisas arqueológicas foram realizadas sob a coordenação de Teresa Fossari e equipe. Na Fortaleza de Araçatuba a pesquisa foi efetuada em 2001, por Maria Madalena Velho do Amaral, seguindo a proposta metodológica desenvolvida por Fossari. O acervo arqueológico coletado está sob guarda do MArquE e continua a ser estudado por pesquisadores de diferentes áreas.
A partir de alguns desses materiais vamos percorrer os caminhos da Arqueologia Histórica, subdisciplina da Arqueologia que estuda os sítios arqueológicos relacionados à colonização europeia no Brasil, tendo como fontes de informação, além da cultura material, documentos escritos, relatos de viajantes, fotografias, mapas e pinturas.
No âmbito da arqueologia histórica, muitas pesquisas possuem foco nas transformações e nos impactos que diferentes sociedades tiveram após o contato com europeus, considerando o processo de expansão proporcionado pelas grandes navegações e a formação do sistema capitalista global.
É nesse contexto de expansão que Portugal e Espanha disputam territórios na América do Sul, reivindicando acesso e posse das riquezas oriundas da região da bacia do Prata. No bojo dessa disputa, a atual Florianópolis constituía um local estratégico nas rotas marítimas do Atlântico Sul devido a sua posição geográfica, aos bons ancoradouros e disponibilidade de recursos naturais. Uma época em que a vida militar, comercial e política estava entrelaçada às rotas marítimas.
No século XVIII, visando assegurar a defesa e o povoamento da região, o brigadeiro português José da Silva Paes inicia a construção das fortalezas, as quais viriam a se tornar uma série de edifícios que integravam um sistema militar defensivo único no Brasil.
Com o passar do tempo os edifícios perderam sua função militar, seus espaços foram transformados e reutilizados, tornaram-se lazaretos, prisões, depósitos ou locais de uso comum das comunidades que viviam ao seu redor. Atualmente são pontos turísticos ícones da história catarinense, sítios arqueológicos tombados pela esfera federal e candidatos ao status de Patrimônio Mundial.
A história desses monumentos é fascinante. Nos aprofundaremos sobre o tema a partir de acervos nas páginas a seguir:

Frasco de vidro

Artefato em osso

Artefatos bélicos

Cachimbo em cerâmica

Para saber mais, sugerimos o acesso aos seguintes materiais:

A Pesquisa Arqueológica do Sítio Histórico São José da Ponta Grossa. Anais do Museu de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina, artigo da Arqueológa Teresa Fossari e colaboradores, publicado nos anais do Museu de 1992.

Banco de Dados Internacional Sobre Fortificações, projeto coordenado por Roberto Tonera

CABRAL, Oswaldo Rodrigues. As Defesas da Ilha de Santa Catarina no Brasil Colônia. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1972.