2. Populações Jê Meridionais
Os grupos Jê Meridionais são os antepassados de alguns povos indígenas presentes hoje no sul do Brasil, portadores das línguas Jê, como os Kaingang e os Laklãnõ-Xokleng de Santa Catarina.
Estudos linguísticos e arqueológicos apontam que esses grupos tiveram sua origem no planalto central brasileiro, migrando para o sul há mais de dois mil anos. No auge de sua expansão, ocuparam um território vasto e ambientalmente diverso, incluindo as planícies litorâneas com áreas de restinga e mangues, as encostas florestadas da serra, o planalto das araucárias e os vales da floresta subtropical do rio Paraná. Geograficamente, o território se estendia da costa atlântica do sul do Brasil até o interior da província argentina de Missiones, do sul de São Paulo ao norte do Rio Grande do Sul.
Inicialmente o processo de dispersão territorial foi mais intenso na região do planalto, junto às florestas de araucária, sendo geralmente associado a um pacote de cultura material conhecido na arqueologia como Tradição Taquara/Itararé, a qual é caracterizada pela presença de vasilhames cerâmicos de pequenas proporções, com formas geralmente cilíndricas e paredes finas, além de sítios arqueológicos com estruturas subterrâneas, aterros e montículos funerários, e inscrições rupestres.
No litoral, foi constatado que a presença Jê data de pouco mais de mil anos. Nesta fotografia podemos ver a então arqueóloga do MArquE, Teresa Domitila Fossari, que coordenou a escavação do sítio arqueológico Rio do Meio, localizado na Ilha de Santa catarina, entre os anos de 1996 e 1998. Os resultados da pesquisa foram publicados em sua tese de doutorado denominada “A população pré-colonial Jê na paisagem da Ilha de Santa Catarina” que pode ser consultada aqui
Dentro desta página você encontra alguns artefatos do acervo do MArquE provenientes de sítios Jê Meridionais do litoral de Santa Catarina, assim como mais informações. Clique nos links abaixo para acessar as imagens e textos!