Representações Rupestres

Fotografia colorida de parede de rocha escura que apresenta figuras geométricas gravadas em sua superfície. A inscrição é formada por duas partes simétricas e espelhadas, colocadas lado a lado. Cada uma delas apresenta, na parte inferior, um conjunto de 5 setas alinhadas verticalmente uma sobre a outra, voltadas para cima e, na parte superior, 5 setas, alinhadas verticalmente uma sobre a outra, voltadas para baixo. No vértice da última seta, na parte superior do desenho, estão gravados dois pequenos círculos, um dentro do outro.

Sítio Letreiro 03, Ilha do Campeche, figura popularmente conhecida como máscara. Créditos: Fabiana Comerlato

Fotografia colorida de paredão rochoso com variadas inscrições rupestres de diversos formatos.

Sítio Triste, Ilha do Campeche. Créditos: Fabiana Comerlato

As imagens acima mostram dois sítios de representações rupestres localizados na Ilha do Campeche. Por ser considerada um rico patrimônio arqueológico e paisagístico, a Ilha do Campeche foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN. Para saber mais sugerimos acessar o Portal do IPHAN.

Em Santa Catarina podemos dizer que os sítios de representações rupestres ou petroglifos são gravuras feitas em rochas por populações pré-coloniais e encontradas tanto no litoral central (Tradição Litorânea), quanto em diversas áreas do interior, como por exemplo, na região de Campos de Lages (Tradição Geométrica). Estes sítios são formados por desenhos gravados, em sua maioria, em baixo relevo através da retirada de partes do suporte (rocha) para formar sulcos e depressões (áreas rebaixadas). Para saber mais sugerimos a leitura do artigo “As Representações Rupestres do Estado de Santa Catarina”, de Fabiana Comerlato.

No litoral central, as representações rupestres estão localizadas entre os municípios de Garopaba e Porto Belo, compreendendo uma faixa de extensão de aproximadamente 120 Km. Situados na grande maioria em ilhas, as representações rupestres são figuras geométricas que podem ser encontradas isoladas ou agrupadas, formando painéis, conjuntos gráficos e dispositivos parietais, como as que aparecem em nossa postagem, e que juntos poderiam ser vistos a partir do mar a uma certa distância. Os signos mais representados são circunferências, linhas retas e onduladas, figuras popularmente conhecidas como máscaras, sendo raras as representações humanas.

Devido à semelhança significativa na distribuição geográfica, na unidade gráfica entre os sítios pesquisados e nas técnicas de confecção destes petroglifos é provável que entre Porto Belo e Garopaba tenha existido um grande território rupestre. Indiscutivelmente feitas por grupos pré-coloniais, as representações rupestres parecem ter servido como uma espécie de código visual, configurando um território de pesca, de relações sociais e de aspectos simbólicos. Para saber mais indicamos a tese “As representações rupestres do litoral de Santa Catarina”, de Fabiana Comerlato. Também indicamos “Os Petroglifos da Ilha de Santa Catarina”, de João Alfredo Rohr.

Como bem colocado pela arqueóloga Fabiana Comerlato,

“cabe a nós, cidadãos de todos os lugares e de todas as origens, reconhecer esta memória rupestre como genuína expressão artística dos primeiros habitantes destas praias e mares. Estas representações rupestres, deixadas a partir do pensamento de homens e mulheres imbuídos de fortes laços com o ambiente marítimo, fazem parte de nossa herança cultural e sua preservação garantirá, às futuras gerações, a possibilidade de conhecer este patrimônio gravado nas rochas”.

Indicamos ainda a publicação “A questão da conservação das gravuras rupestres do litoral de Santa Catarina”, de Fabiana Comerlato.

 

Para saber mais (compilado das indicações do texto)

“As Representações Rupestres do Estado de Santa Catarina”, artigo de Fabiana Comerlato

“As representações rupestres do litoral de Santa Catarina”, tese de doutorado de Fabiana Comerlato

“Os Petroglifos da Ilha de Santa Catarina”, de João Alfredo Rohr.

“A questão da conservação das gravuras rupestres do litoral de Santa Catarina”, trabalho apresentado por Fabiana Comerlato em Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira.